Mostrando postagens com marcador Língua Portuguesa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Língua Portuguesa. Mostrar todas as postagens

sábado, 30 de agosto de 2014

Cordel das Estrelas

   Como culminância do Projeto Literatura de Cordel, os alunos produziram seus poemas e  os ilustraram. (adaptamos a técnica de produção da xilogravura).
     Os textos foram digitados e depois de salvos em formato PDF. Para fazer a revista utilizamos o site Youblisher.

Cordel das Estrelas

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Migrante

O NASCIMENTO DE JESUS, UM CORDEL SOBRE O NATAL


Dos doze meses do ano, o de dezembro é o mais bonito para o cearense Euriano Sales, 31. Autor do vídeo O nascimento de Jesus, um cordel de Natal, o publicitário de sotaque arrastado usou a paixão pela literatura matuta para contar o real sentido da data. O vídeo de pouco mais de seis minutos, um dos primeiros produzido e narrado por Sales, passeia por uma história bíblica, mas com tons universais. 


“A linguagem é popular e a temática, menos comum. No cordel, tem muitas histórias sobre política, personagens lúdicos, mas poucas a respeito do cristianismo”, explica. A primeira narrativa transformada em versos por Sales foi José, o governador do Egito. Em seguida, surgiu O nascimento. O publicitário construiu o texto, enquanto a sócia Meg Banhos produziu mais de 200 ilustrações em dois dias.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2013/12/24/internas_viver,481333/historia-de-natal-contada-em-cordel-animado-assista-ao-video.shtml


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Projeto Literatura de cordel

LITERATURA DE CORDEL
APRESENTAÇÃO:
            Literatura de cordel também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal.
No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
Uma das características desse tipo de produção é a manifestação da opinião do autor a respeito de algo dentro da sua sociedade. Os cordéis não tem a característica de serem impessoais ou imparciais, pelo contrário, na maioria das vezes usam várias técnicas de persuasão e convencimento para que o leitor acate a ideia proposta.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel
NÍVEL ESCOLAR: 4º ano do Ensino Fundamental
DURAÇÃO: 1 aula
OBJETIVOS
GERAL:
·         Ler com fluência e compreensão diversos gêneros textuais.

ESPECÍFICOS
a)      Buscar pistas textuais, intertextuais e contextuais para ler nas entrelinhas (fazer inferências), ampliando a compreensão;
b)      Compreender o que ouve argumentando, comparando e concluindo;
c)      Compreender e valorizar obras decorrentes da cultura popular em publicações antigas e atuais.
CONTEÚDOS
Conceituais: Folclore, literatura de cordel;
Procedimentais: Compreender a riqueza do folclore brasileiro.
Atitudinais: Atentar para a linguagem simples do poema e despertar para a narrativa que traduz a realidade do poeta.

SEQUÊNCIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM
ETAPA 1 (1 aula)
Atividade 1.1 - Buscando os conhecimentos prévios.
A aula será iniciada instigando os alunos para que eles possam expressar seus conhecimentos prévios sobre o que sabem sobre o folclore brasileiro, em especial sobre a literatura de cordel.
Atividade 1.2 – No segundo momento a professora apresentará o texto “Migrante” de Dalinha Catunda. Realizaremos a leitura compartilhada do poema e faremos a interpretação oral do texto sugerido.
Atividade 1.3 – Os alunos assistirão ao vídeo “ O cordel do Nascimento de Jesus”
Atividade 1.4 – Os alunos farão a ilustração do poema “Migração” imitando  a técnica da xilogravura.
Atividade 1.5 – Os alunos farão a leitura do texto “ Cordel adolescente, ô xente!”  de Silvia Orthof e também a interpretação oral e escrita.

CULMINÂNCIA
 Produção de um poema de cordel e ilustração utilizando a técnica da xilogravura.

 AVALIAÇÃO
A avaliação será constante mediante a participação dos alunos nas atividades propostas.
RECURSOS NECESSÁRIOS
Guache preta, folhas brancas, rolinho de espuma, tesoura, bandejinhas de isopor (daquelas de frios), palito de churrasco, lápis, projetor multimídia, quadro branco, pincéis, caderno,




terça-feira, 19 de agosto de 2014

"Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças"

"Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças"


Carlos Drummond de Andrade


Eu queria uma escola que cultivasse
a curiosidade de aprender
que é em vocês natural.

Eu queria uma escola que educasse
seu corpo e seus movimentos:
que possibilitasse seu crescimento
físico e sadio. Normal

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a natureza,
o ar, a matéria, as plantas, os animais,
seu próprio corpo. Deus.

Mas que ensinasse primeiro pela
observação, pela descoberta,
pela experimentação.

E que dessas coisas lhes ensinasse
não só o conhecer, como também
a aceitar, a amar e preservar.

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a nossa história
e a nossa terra de uma maneira
viva e atraente.

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse a usarem bem a nossa língua,
a pensarem e a se expressarem
com clareza.

Eu queria uma escola que lhes
ensinassem a pensar, a raciocinar,
a procurar soluções.

Eu queria uma escola que desde cedo
usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...

Oh! meu Deus!

Deus que livre vocês de uma escola
em que tenham que copiar pontos.

Deus que livre vocês de decorar
sem entender, nomes, datas, fatos...

Deus que livre vocês de aceitarem
conhecimentos "prontos",
mediocremente embalados
nos livros didáticos descartáveis.

Deus que livre vocês de ficarem
passivos, ouvindo e repetindo,
repetindo, repetindo...

Eu também queria uma escola
que ensinasse a conviver, a
coooperar,
a respeitar, a esperar, a saber viver
em comunidade, em união.

Que vocês aprendessem
a transformar e criar.

Que lhes desse múltiplos meios de
vocês expressarem cada
sentimento,
cada drama, cada emoção.

Ah! E antes que eu me esqueça:

Deus que livre vocês
de um professor incompetente.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Vaca Estrela e Boi Fubá


Nas últimas décadas milhares de brasileiros e brasileiras de norte a sul foram expulsos das suas terras no campo e se bandearam para a cidade. Seja por falta de emprego, por terem sido expulsos a força, por buscar uma vida melhor para a sua família, em todos estes casos a saudade de uma vida no campo ficou para trás.

Muitos artistas do povo contaram essa história em músicas, pinturas, poemas. A música Vaca Estrela e Boi Fubá foi composta pelo poeta sertanejo Patativa do Assaré, nascido no sertão cearense.

Na música um retirante conta a um certo "dotô" (doutor) a felicidade de campear todos os dias e cuidar da boiada e como tem vontade de chorar quando se lembra dessa vida.

A música ficou famosa na voz da dupla sertaneja Pena Branca e Xavantinho. Os irmãos nasceram na cidade de Uberlândia (interior de Minas Gerais) e aos 20 anos começaram a cantar, em 1968 mudaram-se para São Paulo tentar a vida artística.

O cantor Luiz Gonzaga também gravou sua versão da música, em conjunto com Fagner.




quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Filme: Malévola

Nome: Malévola
Gênero:Aventura, Ação, Fantasia
Duração: 135 min.
Origem: Estados Unidos
Direção:Robert Stromberg
Roteiro:John Lee Hancock, Linda Woolverton, + ver todos
Distribuidor: Walt Disney Pictures
Classificação: 10 anos
Ano: 2014
O filme Malévola Online, Baseado no conto da Bela Adormecida, o filme conta a história de Malévola (Angelina Jolie), a protetora do reino dos Moors. Desde pequena, esta garota com chifres e asas mantém a paz entre dois reinos diferentes, até se apaixonar pelo garoto Stefan (Sharlto Copley). Os dois iniciam um romance, mas Stefan tem a ambição de se tornar líder do reino vizinho, e abandona Malévola para conquistar seus planos. A garota torna-se uma mulher vingativa e amarga, que decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora (Elle Fanning). Aos poucos, no entanto, Malévola começa a desenvolver sentimentos de amizade em relação à jovem e pura Aurora…
Após assistirem ao filme os alunos responderão à algumas questões no caderno:
a) Nome do filme
b) Personagens principais
c) Cenário onde acontece a história
d) Qual o fato principal da história na sua opinião?
e) Faça um resumo do filme ( Não esqueça que precisa ter início, meio e fim)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Filme:Pocahontas

           Os alunos assistiram ao filme Pocahontas, observando alguns aspectos e escrevendo no caderno, como:
  • Nome do filme:
  • Personagens principais
  • Em que local se passa a história:
Filme Pocahontas
         Em sala participaram de um debate fazendo a comparação com a história dos índios no Brasil. Depois produziram um texto com o título: “ Invasão do novo mundo”.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Amor antigo

Ali, no escuro, 
por cima do muro, 
no alto da torre, 
morava a princesa 
da trança de prata, 
da face da lua. 

 Ali, no canteiro.
 morava a roseira, 
da rosa primeira 
dos contos em flor. 
Chegando de longe, 
de outro reinado,
 um moço montado, 
no seu alazão. 

 Subiu pela trança, 
beijou a princesa... 

 No céu uma estrela 
virou coração! 
  Sylvia Orthof

segunda-feira, 24 de março de 2014

Eu, a leitura e a escrita: um amor antigo…

 

Lucimeire Vaz Lima

Sempre amei as letras, desde pequena me perdia na leitura de tudo que caísse em minhas mãos, minha mãe sempre teve cuidado para que nada “perigoso” ficasse dando sopa pela casa. Lia revistas, receitas de bolo, bulas de remédio, manual de instruções, embalagens de xampu, embalagens de produtos de limpeza e todo e qualquer livro que eu tinha acesso.

Aprendi a ler aos 5 anos com meu pai, meu herói que me ensinava tudo e quando chegava à escola não sentia dificuldades. Lembro-me minha primeira coleção de livros ganhei do meu tio, que na época era um rapaz solteiro e ao comprar um enciclopédia daquelas que os vendedores vendiam de porta em porta, ganhou uma coleção de contos de fadas como brinde. Eram 6 livros de capa amarela e figuras coloridas, me sentia muito importante por ter uma coleção só minha, simplesmente os devorei. Meu pai trabalhava próximo a uma banca de jornais e todas as sextas nos levava dois gibis, um da Turma da Mônica e um do Walt Disney, passava o fim de semana deitada na minha cama lendo os gibis que papai trazia.

Na minha época a alfabetização na escola só começava aos 7 anos na 1ª série, então era apaixonada pela minha cartilha e pelo livro 1 Caminho Suave, me divertia em ler a palavras, acertar nos ditados. Minha escola não possuía biblioteca e a minha sede pela leitura era enorme, então aguardava ansiosa para que chegasse a quarta-feira, quando então a Kombi da Leitura estacionava na entre quadra e logo formava uma longa fila de crianças inquietas para escolher seu livro e durante uma semana viajar naquelas histórias.

Não tínhamos as diversões e tecnologia que as crianças tem hoje, a TV oferecia alguns desenhos e filmes legais, mas a programação não era muito voltada basicamente aos pequenos. Podíamos brincar na rua com nossos vizinhos. E líamos muito, porque na falta de condições financeiras para viajar, os livros nos proporcionava viagens interessantes através dos livros, viajamos de tapete mágico, de avião, de trem, de navio, através de passagens secretas; conhecemos, praias, florestas, castelos, montanhas; visitamos continentes e galáxias; sentíamos até o cheiro das flores.

Na escola onde fiz o ensino fundamental havia uma biblioteca e eu adorava ir lá só para pegar os livros da coleção Vaga-Lume, acredito que li toda a coleção, li também O Estudante I e II, Pollyana Menina, Pollyana Moça e Pollyana Mulher, O Guarani, A Moreninha, e até mesmo O Estrangeiro de Albert Camus, entre outros.

Mas algo que nunca me deixou feliz foi fazer prova de livro, sempre acreditei que a leitura obrigatória tira um pouco do brilho das letras. Sempre escrevi bem, modéstia a parte, na escola minhas redações tinham notas boas.

Com tanta leitura um dia comecei a escrever, comecei com diários. Enchia vários cadernos com minhas chateações, tristezas e alegrias. Mas um dia já adulta conversando com uma amiga no MSN sobre as aventuras que tínhamos vivido ela dizia que se brincasse dava um livro. Então propus que criássemos um blog e escrevêssemos nossas histórias com nomes fictícios, claro. Daí em mais ou menos 30 minutos eu criei o blog e escrevi o texto, foi deliciosa a experiência e os textos foram surgindo. Quando tive um texto publicado no jornal do Sinpro DF fiquei muito feliz. Não conheço a autoria da frase, mas acredito nela “Há três coisas que um homem deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.”, já plantei a árvore, me falta agora o filho e o livro.

É isso, assim foram meus primeiros contatos com a leitura e escrita.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Oficinas de poemas…

    Hoje a aula foi muito boa. Trabalhei a 2ª e a 3ª oficina do Projeto Olimpiadas de Língua Portuguesa. Infelizmente não foi possível tirar fotos ( na verdade eu me esqueci,kkk)…
    2ª Oficina
     Apreciação do poema " Tudo a ver" do poeta Elias José. (apresentado no projetor multimídia).

  • Interpretação do poema:
  1. Do que trata o poema?
  2. Como sabemos que é um poema?
  3. Por que o poema é diferentes dos outro textos como: notícias de jornal, lista de compras, contos?
  4. Como o poema se organiza no papel?
  5. Há sons que se repetem?
  6. Há palavras ou expressões que mesmo distantes dentro do texto possuem semelhanças sonoras?
     3ª oficina
     Projeção no projetor multimídia do poema " O poeta aprendiz" de Vinicius de Moraes, ilustrado e cantado por Adriana Calcanhoto.
  • Explicação aos alunos que cada gênero textual possui características próprias, sendo preciso levar em conta dados como:
  1. Quem escreve?
  2. Para quem escreve?
  3. Com qual finalidade?
  4. Onde será publicado?
  • Os alunos produzirão um poema com o tema " O lugar onde vivo". Posteriormente postarão aqui no blog.

O lugar onde vivo...

O muro abaixo está decorado com alguns poemas produzidos pelas estrelas da sala...

quinta-feira, 13 de março de 2014

O poeta aprendiz


Vinícius de Moraes

Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante.
Anos tinha dez
E asinhas nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc.
O olhar verde-gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina.
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
E caía exato
Como cai um gato.
No diabolô
Que bom jogador
Bilboquê então
Era plim e plão.
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho.
No fundo do mar
Sabia encontrar
Estrelas, ouriços
E até deixa-dissos.
Às vezes nadava
Um mundo de água
E não era menino
Por nada mofino
Sendo que uma vez
Embolou com três.
Sua coleção
De achados do chão
Abundava em conchas
Botões, coisas tronchas
Seixos, caramujos
Marulhantes, cujos
Colocava ao ouvido
Com ar entendido
Rolhas, espoletas
E malacachetas
Cacos coloridos
E bolas de vidro
E dez pelo menos
Camisas-de-vênus.
Em gude de bilha
Era maravilha
E em bola de meia
Jogando de meia -
Direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar.
Amava era amar.
Amava sua ama
Nos jogos de cama
Amava as criadas
Varrendo as escadas
Amava as gurias
Da rua, vadias
Amava suas primas
Levadas e opimas
Amava suas tias
De peles macias
Amava as artistas
Das cine-revistas
Amava a mulher
A mais não poder.
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita.
Por isso sofria.
Da melancolia
De sonhar o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser.

sexta-feira, 7 de março de 2014

1ª oficina de Poemas

             O objetivo da aula de hoje era trabalhar diversos poemas trazidos pelos alunos. Que deveriam posta-los no blog utilizando a ferramenta Padlet a fim de criarmos um mural online.

             Começamos a aula no laboratório de informática.

WP_000906

Sala de estrelas Marcas:

              Então começamos a ter problemas técnicos, nossa internet não é tão boa ( para não dizer péssima), já que é bastante lenta. Abrimos o navegador Google Crome, mas este não carregava o Padlet, então fomos para Mozilla Firefox que abriu a ferramenta. Começamos a digitar os poemas, todos estavam bastante concentrados na execução da tarefa. No entanto para nossa surpresa os textos não apareceram para serem aprovados. Alguns alunos de dispuseram a tentar em casa.

             Quando voltamos para a sala, trabalhamos o poema Borboletas de Vinícius de Moraes.

WP_000919

 

              Mesmo enfrentando os problemas técnicos, nossa aula foi excelente.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Traços autobiográficos

clarice-lispectorTRAÇOS AUTOBIOGRÁFICOS

Sou Clarice Lispector. Nasci na Ucrânia, numa aldeia que não existe no mapa, Tchetchelnik, e vim com dois meses para o Brasil. para o Recife. Minha primeira língua foi o português. Muitas pessoas pensam que eu falo com sotaque por ser russa de nascimento. Mas é que eu tenho a língua presa. Há a possibilidade de cortar, mas meu médico falou que dói muito. Tem uma palavra que eu não posso falar, senão todo mundo cai pra trás: aurora.

Antes de aprender a ler e a escrever, eu já fabulava. Inventei junto com uma amiga minha, muito passiva, uma história que nunca terminava, porque quando eu dizia: "Então todos estavam mortos", ela replicava: "Não tão mortos assim". Então eu continuava a história.

Eu trabalho do modo mais esquisito do mundo: sentada numa poltrona, com a máquina no colo. Por causa de meus filhos. Quando eles eram pequenos, eu não queria que tivessem uma mãe fechada num quarto a que não pudessem ter acesso. Então eu sentava no sofá, com a máquina no colo e escrevia.

Meus romances, meus contos me vêm em pedaços, anotações sobre as personagens, tema, cenário, que depois vou juntando, mas que nasceram de uma realidade interior vivida ou imaginada, sempre muito pessoal.

Quando eu era criança, durante muito tempo pensei que os livros nascessem como as árvores, como os pássaros. Quando descobri que existiam autores, pensei: também quero fazer um livro.

Esse texto foi criado a partir de uma colagem de depoimentos e crônicas da autora.

Para gostar de ler, vol. 9, Contos. São Paulo: Ática.