sábado, 13 de setembro de 2014
Escolarização X Educação
domingo, 10 de agosto de 2014
Pais corajosos
sábado, 17 de maio de 2014
"Por uma sociedade sem violência"
Os alunos apresentaram no pátio enquanto era projetado o vídeo acima.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Semana de Educação para a Vida…
Criada pela Lei nº 11.988, de 27 de julho de 2009, no sentido de estimular e favorecer a significação, contextualização do conhecimento crítico dos alunos e aproximar comunidade acadêmica e comunidade escolar favorecendo a participação dos sujeitos objetivando ministrar conhecimentos relativos a matérias não constantes do currículo obrigatório, tais como: ecologia e meio ambiente, educação para o trânsito, sexualidade, prevenção contra doenças transmissíveis, direito do consumidor, sob a forma de seminários, palestras, exposições, visita, projeções de slides, filmes ou qualquer outra forma não convencional. Refletir e proporcionar conhecimentos sobre temas transversais do currículo obrigatório da Educação Básica, no intuito de contribuir com a formação acadêmica, profissional, social e cidadã dos alunos, professores, servidores e comunidade em geral.
segunda-feira, 24 de março de 2014
Eu, a leitura e a escrita: um amor antigo…
Lucimeire Vaz Lima
Sempre amei as letras, desde pequena me perdia na leitura de tudo que caísse em minhas mãos, minha mãe sempre teve cuidado para que nada “perigoso” ficasse dando sopa pela casa. Lia revistas, receitas de bolo, bulas de remédio, manual de instruções, embalagens de xampu, embalagens de produtos de limpeza e todo e qualquer livro que eu tinha acesso.
Aprendi a ler aos 5 anos com meu pai, meu herói que me ensinava tudo e quando chegava à escola não sentia dificuldades. Lembro-me minha primeira coleção de livros ganhei do meu tio, que na época era um rapaz solteiro e ao comprar um enciclopédia daquelas que os vendedores vendiam de porta em porta, ganhou uma coleção de contos de fadas como brinde. Eram 6 livros de capa amarela e figuras coloridas, me sentia muito importante por ter uma coleção só minha, simplesmente os devorei. Meu pai trabalhava próximo a uma banca de jornais e todas as sextas nos levava dois gibis, um da Turma da Mônica e um do Walt Disney, passava o fim de semana deitada na minha cama lendo os gibis que papai trazia.
Na minha época a alfabetização na escola só começava aos 7 anos na 1ª série, então era apaixonada pela minha cartilha e pelo livro 1 Caminho Suave, me divertia em ler a palavras, acertar nos ditados. Minha escola não possuía biblioteca e a minha sede pela leitura era enorme, então aguardava ansiosa para que chegasse a quarta-feira, quando então a Kombi da Leitura estacionava na entre quadra e logo formava uma longa fila de crianças inquietas para escolher seu livro e durante uma semana viajar naquelas histórias.
Não tínhamos as diversões e tecnologia que as crianças tem hoje, a TV oferecia alguns desenhos e filmes legais, mas a programação não era muito voltada basicamente aos pequenos. Podíamos brincar na rua com nossos vizinhos. E líamos muito, porque na falta de condições financeiras para viajar, os livros nos proporcionava viagens interessantes através dos livros, viajamos de tapete mágico, de avião, de trem, de navio, através de passagens secretas; conhecemos, praias, florestas, castelos, montanhas; visitamos continentes e galáxias; sentíamos até o cheiro das flores.
Na escola onde fiz o ensino fundamental havia uma biblioteca e eu adorava ir lá só para pegar os livros da coleção Vaga-Lume, acredito que li toda a coleção, li também O Estudante I e II, Pollyana Menina, Pollyana Moça e Pollyana Mulher, O Guarani, A Moreninha, e até mesmo O Estrangeiro de Albert Camus, entre outros.
Mas algo que nunca me deixou feliz foi fazer prova de livro, sempre acreditei que a leitura obrigatória tira um pouco do brilho das letras. Sempre escrevi bem, modéstia a parte, na escola minhas redações tinham notas boas.
Com tanta leitura um dia comecei a escrever, comecei com diários. Enchia vários cadernos com minhas chateações, tristezas e alegrias. Mas um dia já adulta conversando com uma amiga no MSN sobre as aventuras que tínhamos vivido ela dizia que se brincasse dava um livro. Então propus que criássemos um blog e escrevêssemos nossas histórias com nomes fictícios, claro. Daí em mais ou menos 30 minutos eu criei o blog e escrevi o texto, foi deliciosa a experiência e os textos foram surgindo. Quando tive um texto publicado no jornal do Sinpro DF fiquei muito feliz. Não conheço a autoria da frase, mas acredito nela “Há três coisas que um homem deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.”, já plantei a árvore, me falta agora o filho e o livro.
É isso, assim foram meus primeiros contatos com a leitura e escrita.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Onde estão os pais como nossos pais foram?
Lembro-me que quando era criança, ainda existia uma divisão clara e respeitosa das Instituições (família, escola, igreja e Estado), onde cada um exercia seu papel precípuo, de maneira que todos participavam de todas elas, no entanto nenhuma era sobrecarregada.
A família era a mais importante delas, pois a ela cabia educar as crianças, ensinando-as como se comportar, como se sentar, se vestir, comer, os conceitos de respeito aos mais velhos e às outras instituições. A família formava o caráter das crianças, os pais ensinavam, educavam e a televisão agia apenas no entretenimento das crianças, íamos pra cama cedo porque tínhamos de acordar cedo para ir á escola sem atrasos, limpos e uniformizados.
Meus pais orientavam a mim e a minha irmã que era necessário que tivéssemos responsabilidade, tínhamos horário de chegar da escola, não pensávamos em parar para brincar no parque ou na praça, ir pra casa dos coleguinhas? Nem pensar. Também éramos orientadas para que não confiar em estranhos, ou melhor, nem mesmo falar com estranhos. Além disso, tínhamos que respeitar os mais velhos e nossos professores eram vistos como as pessoas mais importantes, e devíamos respeito a eles.
À escola cabia apenas ensinar a ler, a escrever, a fazer contas e resolver situações matemáticas. Aprendíamos também a ter respeito por nossa pátria. Nossa formação na escola era principalmente a formal, afinal a educação, o respeito e as boas maneiras eram aprendidas em casa.
Aos domingos meus pais nos levavam a igreja, onde participávamos das missas. Fizemos a catequese. Aprendemos que Deus castigava quem pecava (hoje tenho um visão bem diferente daquela época), então devíamos respeitar as regras, sob pena de Deus baixar sua mão contra nós.
Assim como meus pais, muitos pais tinham uma maneira peculiar de criar os filhos. A família criava as crianças para saberem enfrentar o mundo, não éramos movidos a presentes, por mais que desejássemos algo que passava no comercial da TV, tínhamos a consciência de que nem sempre ou quase nunca poderíamos ter (claro falo da realidade de uma família de classe média baixa). Nós filhos por sua vez não nos deslumbrávamos com os brinquedos caros que víamos na TV ou nas lojas, apenas sonhávamos em um dia possuir tal brinquedo, e aprendemos que era preciso estudar e trabalhar para realizar nossos sonhos de criança.
Não pense que tínhamos tudo na mão como hoje, nada disso, tínhamos tarefas de casa para realizar, e isso não era visto como exploração do trabalho infantil, era apenas educação para a vida e valorização do trabalho.
Quando nos tornamos adolescentes nossos pais conheciam nossos amigos, lembro que os trabalhos da escola eram feitos em grupo. Nos reuníamos aos sábados na casa de algum integrante do grupo, nossas mães, as que não trabalhavam fora, tinham prazer de receber nossos amigos, faziam até bolo pro lanche da tarde.
A vida escola era acompanhada pelos pais, que tinha conhecimento do desempenho em cada disciplina e não achavam normal nos sairmos mal na escola e também não culpavam a escola e nem tampouco nossos professores. Nossos pais acreditavam que a nós cabia a responsabilidade de estudar, aprender e pedir ajuda quando necessário.
Nossas festas eram ótimas, sem drogas, sem bebidas, sem sexo e com supervisão de nossos pais, que cediam suas garagens pra gente brincar. Um dia perguntei a mãe de um amigo que nos recebia sempre com um sorriso largo no rosto, o porque dela aceitar tamanha bagunça em sua casa, ela me respondeu que além de gostar da nossa turma, preferia nos ter sob seu teto e sua supervisão a nos ver nas esquinas.
Crescemos, hoje somos adultos e sempre relembramos nossas dificuldades, nossas diversões, nosso aprendizado. E podemos dizer sem medo de errar que nossa geração foi bem formada e a mais feliz.
Bummm!!!!!!!! Tudo mudou...
Essa família que forma o caráter está a cada dia mais rara. Hoje deixou-se que as secretárias, a televisão, a internet, a rua sejam responsáveis pela educação antes fornecida pela família. À escola também passou a exercer o papel antes precípuo dos pais.
Atualmente figura do professor, não passa para muitos pais de alguém que tem a obrigação de tomar conta dos seus filhos para estes trabalharem, figura essa que nem de longe parece o que aprendi a respeitar. Quando criança sonhava em ser professora, me fascinava a idéia de ser inteligente como meus professores. Mas infelizmente hoje a imagem do professor não tem o mesmo respeito de outrora.
Hoje o professor além das funções inerentes a sua profissão, se viu obrigado a exercer outras funções. Tendo em vista que o aluno é um ser humano e tem que ser visto como um todo, então precisamos sanar as suas dificuldades. Quando é pedagógico o fazemos, dando reforço da matéria no horário contrário, mudamos a metodologia no momento que observamos que a utilizada não alcança um ou outro aluno, e até compramos materiais para aquele que não tem e que os pais não se importam em adquirir ou às vezes não tem condições.
No entanto, existe situações que nos cabe procurar encaminhamento em outras áreas: dentista, oftalmologista, psicólogo, fonoaudiólogo. Quantas vezes vamos pra casa preocupados com nossos alunos que tem uma família, entretanto não tem quem lute por eles. Muitas vezes esquecemos nossos problemas, deixamos os problemas de nossos filhos, maridos, para nos preocupar com nossos alunos. Levamos trabalho pra casa, estamos adoecendo...
Acredito que o acumulo de funções está adoecendo os professores. Conversando com uma amiga e colega de trabalho, chegamos a triste constatação de que nossa escola assim como tantas outras está doente. Síndrome do pânico, ansiedade, depressão, medo, problemas de voz, fibromialgia, são algumas das doenças que nós professores enfrentamos hoje.
Parece que no momento que a instituição família se desestruturou, todas as outras também saíram dos trilhos, nem mesmo o Estado com seu poder de polícia têm conseguido manter-se respeitado. Todos os dias assistimos nos noticiários crianças e adolescentes que cometem crimes, outros que são atraídos por pedófilos, sem contar as festas regadas por bebidas, drogas e sexo.
Por isso eu pergunto: Onde estão os pais como nossos pais foram?
07/06/09
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Pedido de uma criança a seus pais…
Não tenham medo de serem firmes comigo. Prefiro assim. Isso faz com que eu me sinta mais seguro.
Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo o que peço.
Só estou experimentando vocês.
Não me corrijam com raiva, nem na presença de estranhos.
Aprenderei muito mais se me falarem com calma e em particular.
Não me protejam das consequências de meus erros.Às vezes, eu preciso aprender pelo caminho áspero.
Não levem muito a sério as minhas pequenas dores. Necessito delas para amadurecer.
Não sejam irritantes ao me corrigir.
Se assim o fizerem, eu poderei fazer o contrário do que me pedem.
Não me façam promessas que não poderão cumprir depois.
Lembre-se que isso me deixa profundamente desapontado.
Não ponham a prova a minha honestidade. Sou facilmente levado a dizer mentiras.
Não me apresentem um Deus carrancudo e vingativo. Isso me afastaria dele.
Não me desconversem quando faço perguntas, senão serei levado a procurar respostas na rua todas as vezes que não as tiver em casa.
Não se mostrem para mim como pessoas infalíveis. Ficarei extremamente chocado quando descobrir um erro de vocês.
Não me digam simplesmente que meus receios e medos são bobos. Ajudem-me a compreendê-los e vencê-los.
Não me digam que não conseguem me controlar. Eu me julgarei mais fortes que vocês.
Não me tratem como uma pessoas sem personalidade. Lembre-se que tenho meu próprio modo de ser.
Não vivam apontando os defeitos das pessoas que me cercam, isso irá criar em mim, mais cedo ou mais tarde, o espiríto de intolerância.
Não se esqueçam de que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo.
Não queiram ensinar tudo.
Não tenham vergonha de dizer que me amam. Eu necessito desse carinho e amor para poder transmiti-lo a vocês e aos outros.
Não desistam nunca de me ensinar o bem, mesmo quando eu parecer não estar aprendendo. Insistam através do exemplo e, no futuro, vocês verão em mim o fruto daquilo que plantaram.